quinta-feira, 21 de julho de 2011

Irmão Solidão e Irmão Comunhão!

As vezes me encontro sozinha na trilha da vida. Minha trilha solitária, isso até parece bom as vezes, mas não o é. Isso me traz angustia, pois parece-me que meu caminho é contaminado...
A solidão é desprezível, ainda mais quando esta acompanhada do "irmão comunhão", o irmão belo, sorridente, carismático.
 - Que inveja sinto dele - diz o irmão solidão

Enquanto caminho com o vazio da minha solidão, vejo os outros abraçados com o comunhão.
Solidão trinca os dentes para eles.

Abandonada, esquecida... isolada. Você, somente você e seu coração maculado. Essa é a regra para quem vive da melancólica solidão. Junto ao extenso de seus olhos, vagando como um condenado. Sempre. Vazio como fantasma, no silêncio.
Desligado do tempo, só com a memoria.
A solidão me lembra a morte...
Solidão é o amigo que parece confiável, mas te tortura. O diabo, o monstro sem piedade, a cobra que te oferece a maça... e você, com toda sua ingenuidade, aceita. Pede desculpas, mas estas já não funcionam mais, pois você próprio já esta manchado.
Invisível, dolorido, angustiado, congelado...
Depois de tanto vagar, ai que você começa a refletir. Bate a cabeça na parede e larga suas lágrimas ali mesmo. Se esta sozinho por que ligar que alguém te ver a chorar?
Mas só  depois de seus soluços é que os amigos da comunhão começam a te olhar. Lembrando que esqueceram um lá trás.
- Você seguiu sozinho até aqui? - pensam isso vendo como você próprio parece um mendigo de tão desprezado.
Você parece cansado, com seu embleme triste, querendo apenas um abraço de mãe. E cadê este também? Este nem notou sua dor. Então para que o serve?
Querendo gritar ao mundo. Rebelar-se. Dizer poucas e boas para ele, mas sem essa possibilidade. Porque sabe que ele o irá julgar. E por que não faria isto? O que ele tem a perder? Nada. Apenas uma alma, que suja já esta, com esse horrendo sofrimento que vai comendo por dentro de suas veias como uma praga. Capaz desse mesmo mundo que um dia te abraçou, te beijou e sorriu para você, hoje o chute e o tranquem num portão escuro.
- Pense no lado bom, pelo menos não vai ter que caminhar atrás dos outros - instrui a solidão com seu sorriso falso.
Você então nota sua besteira. Que a solidão esta consumando seu coração com dentaculos penetrantes. Arregala os olhos e começa a chuta-la. Perdeu tanto tempo porque aquela sugava seu cérebro para transforma-te em fantasma. Com seus cinco minutos de loucura grita para ela e a empurra para longe de si. Corre em deparada até o irmão comunhão.
Mas será que este ira te aceitar?

Implora para ele um pouco da sua magia. Pois sabe que ela o protegera do sorriso diabólico que o envenenou...
Espera, espera e espera por ela...
 - Cadê?
É o que pergunta, mas este não aparece. Soluços novamente, olhares carregados....
Ela notou, e agora tenta te puxar para a nova vida.

Limpo, mas com marcas. Marcas suficientemente boas para sua maturidade. Junto a uma bolha, uma janela, que impede de ver a dor ao redor. Esse é o mundo para os amigos do irmão comunhão.
Enquanto outros sofrem, você fica na janela do comunhão, aquela tão futiu. Pois outros morrem consumidos, enquanto você sorri aos "seus".

2 comentários:

  1. Está ótimo, Incrível como você consegue pegar um simples tema, e aprofundar para um grande texto sem perder o sentindo, além de me despertar a criatividade e imaginar essas situações...

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