quinta-feira, 6 de outubro de 2011

A Queda

Escondida, por ser invisível...

Estou assim dês do meu nascimento, tornou-se tão normal ser esquecida. Dor? Sim, isso dói. Dói mais do que seus pesadelos já tiveram que agüentar, pois essa é a vida real, você nunca tem escapatória dela, pois ela te agarra com unhas e dentes envenenados.

Você canta para a dor com angústia pedindo que ela vá, mas no fundo ela se tornou sua amiga. Pois você acha que ninguém mais é.

E a dor torna-se o suplico!

O que anda acontecendo com o mundo? As pessoas enlouquecendo, fingindo ser o que não são, para receber um olhar de aprovação que jamais virá mesmo que elas tenham nascido em outro mundo.

Os sorrisos fingidos, que querem expressar confiança... Mas ninguém esta mais bem. Estão todos morrendo.

Morrendo, morrendo, morrendo...

Essa será a palavra que nunca irá acabar para mim, para você, para eles... para nós.

As palavras falam coisas, mas os olhares e os desejos as negam. Você disse que estava bem, vivo, ótimo... Mas está mentido! Sempre mentindo! Sua vida esta se esgotando, seu coração bateu rápido de mais num minuto, agora ele ficou fraco.

Salvem-me!, ele grita.

O que acontece com o mundo?

O que acontece com as pessoas? Nesse grande soldado chamado infortúnio, que é jovem em sua cabeça e não quer largar-te de jeito algum.

Minha vida não existe mais. Não à como sobreviver. Onde vive aquele meu querido ser?
Meu anjo se foi... ou como desconfio, ele nunca nem viveu. Pois como disse, estou sempre esquecida, jogada ao canto sem o poder. Sorria, dizem as câmeras que não pegam a alma morta e apedrejada que vive sem querer.

A raiva parou de existir. Ela passou a ser o passado negro e quase sempre esquecido. Lagrimas por ódio ficaram atrás, vive só a melancolia, do dia que nunca verdadeiramente nasceu.

O crepúsculo encarrega-se de seu olhar escurecido, do olhar que o mundo agora procura viver. Tudo esta devagar, como o último suspiro e respirar... Qual o nome disso? Preciso saber antes de morrer, qual o nome disso? Isso que trava na minha garganta, que faz meus joelhos tremerem, meus ouvidos esperarem e meus olhos se inundarem.

Essa tristeza sem gosto, sem vida, sem caricias...

Vejo fotos minhas, elas não revelam nada! Nada pode ser tirado de um coração maculado! A tortura não é visível. Quem sabe o vento leve minha existência embora, aquela que um dia será queimada pelo fogo corrompido.

Não me deixe, não me deixe nunca. Preciso da sua salvação! Gritante esplendor e abominável ser implora para a criatura das sombras que olha para mim como tigre pecador.

Não a nada à se fazer, responde enquanto vê-me caindo no redemoinho sem respiração, o mundo se fechou com os seus cílios caídos de insônia.

E talvez ele sempre estivesse certo. Pois quem quer, quem deseja, salvar a alma corrompida por desgraça? Irei, se é que é isso que desejam, mas irei sorrindo, mesmo que esse sorriso não tenha sentido, ficará preso constantemente em um quadro em sua parede. A memória grudará ele lá, e não haverá quem queira o tocar. Sei que desejará ter vontade de o beijar, pois não haverá mais quem confiar.

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